Diário de bordo!

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domingo, 16 de setembro de 2012

Ok, eu assumo!


                                        A minha amiga Renata Porto possui uma perspectiva interessante e ao mesmo tempo muito simples das circunstâncias da vida. Sabe aquilo que temos vontade de dizer mas na maioria das vezes não conseguimos expressar, é exatamente isso que ela faz, transforma o que a sociedade pensa em palavras, com um toque de feminismo às vezes, mas ela se garante. Figurassa essa Renata!



“Ok, eu assumo. Tenho inveja dos homens. Inveja do quanto eles conseguem não se estressar com praticamente nada no mundo. Pra começar, meu sonho de consumo é conseguir me arrumar em 15 minutos. Em 15 minutos eu não decidi nem a calcinha que vou usar. Enquanto eles, práticos como são, conseguem tomar banho, escolher a roupa e se possível, lanchar antes de sair de casa nesse tempo. Não dá vontade de socar? Outra coisa que me irrita de uma forma profunda é a maneira com eles encaram uma briga. Enquanto nós ficamos remoendo, pensando no que poderíamos ter falado, pensando em maneiras de amenizar ou dar algum tipo de lição de moral – e assim varamos a noite – os infelizes dormem o sono dos justos e no dia seguinte mal se lembram do motivo da discussão. Não sei se nós é que somos muito burras, ou se eles são muito espertos. Mas a verdade é que ser homem tem sim muitas vantagens. A maioria faz o que está com vontade sem se preocupar com o que vão comentar no dia seguinte. Não tem dor de cabeça e nem preocupação com unhas feitas, depilação – coisas que além de tirarem nosso tempo, tiram nosso dinheiro. Não sofrem preconceito no trânsito, não são encarregados de arrumar a casa ou fazer comida, não tem TPM.
 A verdade é que ser mulher é complicado, e não é pra qualquer um. Se equilibrar num salto durante uma noite inteira, conseguir fazer mil coisas ao mesmo tempo, sofrer no salão de beleza, dar conta da casa, amigos e namorado não são lá tarefas muito fáceis não. E é por isso que eu valorizo tanto essa raça. Sim, porque é muita raça. Cada uma com sua história, mas todas sempre muito mulheres, afinal, pra ser mulher é preciso muito mais do que somente nascer sem algo entre as pernas. Pra ser mulher é fundamental segurar o tranco, saber a hora de engolir o choro e de falar sério, saber como administrar os problemas com um sorriso no rosto, saber cuidar de todos e ainda assim ter tempo pra se cuidar. Pra ser mulher, o peito vai muito além do que se vê por trás do sutiã, a coragem vai muito além do que se possa imaginar. Se você é mulher, sabe do que eu tô falando.”

                                                                                                              Renata Porto

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